Issues

The journal Cadernos de Estudos Africanos is published in open access on the RCAAP platform and the OpenEdition platform. Both pages can be consulted through the following links:

OpenEdition: https://journals.openedition.org/cea/

RCAAP: https://revistas.rcaap.pt/cea/

 

45 | 2023

Democratização, Autoritarismo e Integridade Eleitoral em Angola e Moçambique

O número da revista Cadernos de Estudos Africanos que aqui se apresenta insere-se no contexto do projeto de investigação científica Pluralism – Democratization and Electoral Integrity in Angola and Mozambique – P-DEIAM (www.deiam.com), que articulou três instituições académicas principais – ISCTE-IUL, Universidade Católica de Angola e Universidade Eduardo Mondlane —, tendo decorrido entre 2018 e 2023, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (FCT-MCTES) e pela Aga Khan Development Network, no âmbito do programa Knowledge for Development Initiative (…)

44 | 2022

Relações Europa-África

Since the inception of the European Communities, Africa has been on the horizon for the development of foreign and diplomatic relations, largely due to European states’ will to maintain relations with former colonies and to exert some form of normative power (Haastrup, 2013). However, both the institutional developments in practice and the study of European-African relations have been marked by an asymmetrical hierarchical relationship imbued with post-colonial characteristics. Reasons for this state of affairs are often attributed to Africa being a complex continent with more than fifty countries with porous and volatile border areas and differentiated relationships with both the European Union (EU) and its Member States. On the other hand, Europe is also made up of a myriad of different states with very different and oftentimes complex historical relationships with African countries. (…)

43 | 2022

Middle East and Eastern Africa Intersected: Reflections from contemporary scholarship 

The present thematic issue of the Cadernos de Estudos Africanos contains a selection of papers presented at the 4th AEGIS Thematic Conference of the Collaborative Research Group Africa in the Indian Ocean (CRG-AIO). The conference, entitled New Gulf Streams – Middle East and Eastern Africa Intersected, was organized by the Center for International Studies of the University Institute of Lisbon (CEI-IUL) during September 16-17, 2021, in partnership with AEGIS-AIO

The main aim of this interdisciplinary conference was to address the deep interconnections between the Horn and Eastern Africa and the Middle East. The panels included presentations on migration and cultural connections, politics and international relations, security, and geo(hydro)political issues, as well as topics related to diplomacy and foreign policy, religion, and development. In particular, the debate focused on the most relevant challenges to the current geopolitical, economic, and religious ties between these regions. (…)

42 | 2021

O processo de paz do conflito de Casamansa 

Este número temático dos Cadernos de Estudos Africanos reúne algumas contribuições dos participantes na Conferência Internacional “O Processo de Paz do Conflito de Casamansa”, realizada nos dias 22 e 23 de fevereiro de 2019 no Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, cujo objetivo foi debater e partilhar experiências e contribuir para as estratégias de paz. A significativa audiência académica multidisciplinar e de líderes associativos ajudou a enriquecer o debate sobre a problemática do conflito e do processo de paz de Casamansa, em que foram analisados os seguintes temas:

 

– O conflito de Casamansa: comparações e perspetivas;

– O conflito, as dimensões transfronteiriças e o jogo das potências externas;

– Dimensões étnicas, religiosas e culturais do conflito;

– O papel das mulheres e das organizações da sociedade civil na construção da paz e a defesa do meio ambiente em Casamansa;

– Os pontos mortos e os silêncios na literatura sobre o conflito de Casamansa;

– O jogo de interesses dos protagonistas (MFDC e Estado): procuram eles a paz? Uma mediação é possível? A tentativa da Comunidade de Sant’Egídio;

– O conflito e os recursos naturais: desafios e consequências.

41 | 2021

Crossing the Lines: Local Actors’ Responses to Developmental Changes in Africa 

How do different actors respond to the challenges of development in Africa? This special issue brings together a collection of texts that seek to provide answers to this question from a multi-disciplinary and multi-methodological perspective. It draws on a critique of the concept of development, namely its neo-colonial heritage, and sheds light into the mechanisms used by local actors to respond to developmental challenges. ‘African agency’ is the cornerstone concept cutting across all papers. This multi-layered concept can be located at multiple scales from the local to the global and be used by a wide range of actors in their specific settings, and power configurations. Across several case studies from Cabo Verde, Ethiopia, Ghana, Kenya, Malawi, Mozambique, and Zambia, this special issue reveals how African national governments, political elites, farmers, women, civil society organizations, among others, use the available room of manoeuvre to resist, take advantage, change, and voice discontent towards the inequalities and imbalances generated by developmental endeavours. The papers show how the politics of development is shaped by power relations that are seeded in the colonial past and that are continuously reinvented in the present. However, they also reveal a complex and at times surprising interplay between agency and structure in contemporary Africa. 

40 | 2020

Ativismos em África 

O presente número temático é o resultado da persistência e da perseverança dos ativismos no continente africano e da crescente consciencialização da academia no estudo destes movimentos de transformação social. O termo “ativismo” tem sido uma das expressões mais marcantes para designar as formas de manifestação pública dos atores sociais, singulares e coletivas, das últimas décadas. O conceito tem sido projetado quer para os campos de ação política stricto sensu, como forma de designar atores que se inscrevem no campo político-partidário, mas também, lato sensu, para designar formas de mobilização e participação de grupos sociais que defendem e promovem direitos cívicos. De uma forma global, com a publicação deste número temático, pretende-se demonstrar como as performances sociopolíticas nos diferentes contextos em África geraram movimentos de protesto que, por sua vez, têm provocado várias lutas na paisagem democrática, nas transformações dos sistemas políticos.

39 | 2020

Educação e Cooperação: Desafios de uma agenda global

Este número temático da revista Cadernos de Estudos Africanos incide sobre Educação e Cooperação e pretende dar continuidade aos Congressos Cooperação e Educação que, de forma regular, desde 2010 têm sido organizados pelo Centro de Estudos Internacionais do Iscte e o Instituto Politécnico de Leiria. O quarto congresso, que decorreu no Iscte entre dias 8 e 9 de novembro de 2018, teve o apoio do Camões I.P., tal como acontece com a corrente publicação, pelo que os organizadores exprimem o seu reconhecimento a essa instituição. Subordinado à temática Cooperação e Educação de Qualidade, o congresso reuniu um conjunto notável de especialistas nesta área, entre os quais a maioria dos colaboradores desta publicação (Barreto, Carvalho & Santos, 2019). A presente edição visa aprofundar e desenvolver algumas das problemáticas abordadas anteriormente nesse fórum através de estudos de caso ou reflexões originais sobre as questões da cooperação em educação, das implicações das políticas de língua, ou ainda sobre a perceção do valor social dos diferentes níveis educativos. São aqui discutidas as implicações das agendas globais no domínio da educação para os países africanos e para Timor-Leste, recetores privilegiados das ações da cooperação portuguesa na área da educação.

38 | 2019

Three Decades of Elections in Africa: What have we learned about democracy?

This dossier evaluates the state of African democracy and raises important questions such as: What is the impact of elections on democratisation and turnover? How do voters behave in different types of elections? What explains variations in citizens’ political participation over time? What is the role of political institutions on democratisation and conflict mitigation? Can the internet and social media act as forces of democratisation? The contributions in this dossier address these questions using different types of data and methodologies – ranging from comparative to in-depth cases studies. This methodological pluralism, is in our view an additional strength of this publication.

37 | 2019

Working for better lives: Mobilities and trajectories of young people in West and Central Africa

After more than a decade of emphasizing African children’s and youth’s agencies, possibilities and creativities in more or less challenging social, political and economic environments (see Bordonaro & Carvalho, 2010; Christiansen, Utas, & Vigh, 2006; Honwana & de Boeck, 2005; Martin, Ungruhe, & Häberlein, 2016; Spittler & Bourdillon, 2012), other recent studies increasingly highlight the young people’s powerlessness, bleak presents and uncertain futures. Doing so, the image of an enduring social, political and economic exclusion is manifested in popular conceptualizations of “being stuck” (Sommers, 2012), “persistent marginalization” (Resnick & Thurlow, 2015) and probably most prominently in Alcinda Honwana’s (2012) conceptualization of “waithood” (see Dhillon & Yousef, 2009), all implicitly acknowledging the more than twenty year old observation of Africa’s “lost generation” (Cruise O’Brien, 1996). Seemingly affected by deficiencies of various kinds and hence often forced into all sorts of problematic or dangerous engagements in order to – socially or literally – survive, today’s young generation in African settings is widely portrayed to live lives “out of place” (see Invernizzi, Liebel, Milne, & Budde, 2017) and outside social norms. It is this shift back to conceptualizations of children and youth as social problem that this special dossier aims to scrutinize and to challenge.

36 | 2018

Moçambique e os BRICS

Ao longo da última década vem florescendo um conjunto de literatura sobre os designados BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, a que mais tarde se juntou a África do Sul), as cinco economias emergentes que se destacam pela rápida industrialização e pela crescente influência a nível regional e internacional. Na sua relação com o continente africano em geral ou com Moçambique em particular, o discurso sobre os BRICS vem-se estruturando em torno de dois polos tendencialmente opostos: por um lado, como uma forma de cooperação Sul-Sul, como uma alternativa a formas neocolonialistas de exploração ou como um modelo alternativo de desenvolvimento para o continente africano; por outro, diversas organizações da sociedade civil têm alimentado um conjunto de preocupações sobre o impacto dos investimentos económicos, quer ao nível ambiental, da segurança no trabalho ou do reassentamento de populações, assim como do secretismo das relações com países africanos, realizando-se críticas a aspetos relacionados com a governação ou a defesa dos direitos humanos.

35 | 2018
Da Resistência Colonial aos Desafios da Contemporaneidade: 40 anos de independência das colónias portuguesas

Em novembro de 2015, o Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, a Fundação Mário Soares e o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa associaram-se na realização de uma conferência, intitulada Quarenta Anos das Independências. Destinada a analisar as trajetórias da descolonização portuguesa e as transformações nos territórios que, entretanto, se tornaram independentes, a conferência constituiu um marco importante não só na reunião de investigadores de vários centros de investigação, que se debruçam sobre estas temáticas, como também referenciou a vitalidade e sofisticação intelectual de áreas de estudo passíveis de cruzamento e complementaridade. No presente número da revista Cadernos de Estudos Africanos convidamos o leitor a passar em revista uma seleção de trabalhos bastante ricos empírica e teoricamente que abordam um leque variado de questões, produzidos por um conjunto de investigadores diverso e bastante reconhecido nas suas áreas de investigação.

34 | 2018
Desenvolvimento e a Coerência das Políticas

Este número dos Cadernos de Estudos Africanos reúne vários artigos sobre Desenvolvimento e a Coerência das Políticas. As contribuições são baseadas em abordagens multidisciplinares, de tipo politológico, antropológico, sociológico e económico, relativas às relações internacionais e aos estudos africanos, às quais se acresce uma entrevista a Ebba Dohlman, da OCDE. Pretende-se, nesta edição temática, dar um contributo independente, fundamentado e aprofundado para o objetivo de aprofundar a análise do Desenvolvimento e da Coerência das Políticas em várias vertentes, enquanto conceito e instrumento para a prossecução de políticas públicas mais sustentáveis e com maior impacto no desenvolvimento. Esta edição temática resulta de uma parceria entre o Instituto de Marquês de Valle Flôr – IMVF e o Centro de Estudos Internacionais do Iscte, a propósito da divulgação científica dos resultados do projeto “A Coerência das Políticas para o Desenvolvimento – O desafio para uma cidadania ativa em Cabo Verde”. Para além dos textos que compõem o dossiê temático, este número incorpora ainda dois textos que discutem, respetivamente, a importância da obra de Mia Couto na implementação da lei brasileira n.º 10.639/03 e a transparência dos ministérios moçambicanos analisada em conformidade com a legislação.

33 | 2017
Escravidão, Trabalho Forçado e Resistência na África Meridional

Os textos reunidos no dossiê “Escravidão, Trabalho Forçado e Resistência na África Meridional” abordam, num largo arco temporal, o confronto entre as práticas políticas africanas e as dinâmicas decorrentes da presença colonial, tocando em temas centrais da historiografia africanista ao analisar como esses fenômenos ocorreram em Angola, Moçambique e no Congo. Trazem, assim, contribuições significativas para o debate sobre as dimensões da agência africana diante da conquista e do domínio colonial e dos modos de exploração do trabalho, ao mesmo tempo em que exercitam estratégias metodológicas para que essa perspectiva possa ser alcançada por meio de fontes majoritariamente produzidas pelos colonizadores.

Integram ainda este número dois textos que versam, respetivamente, sobre a importância do Caminho de Ferro de Benguela para o desenvolvimento regional e sobre a mediação estatocêntrica na transformação de conflitos armados violentos em África.

32 | 2016
Desporto e Lazer em África Movimentos Sociais, Estado e Sociedade Civil em África

Este número dos Cadernos de Estudos Africanos é dedicado ao estudo do esporte e do lazer no continente africano. Nele estão reunidos trabalhos do III Encontro Internacional do Desporto e Lazer em África. Os artigos debruçam-se sobre regiões e países distintos, como Etiópia, São Tomé e Príncipe e África do Sul, investigados em um recorte temporal que vai da virada dos séculos XIX-XX, dando conta do processo de expansão colonial, às primeiras décadas do XXI, quando as críticas aos regimes africanos pós independência ganharam maior intensidade. São abordados temas controversos como as representações nacionais e os benefícios econômicos dos grandes eventos esportivos. Na verdade, é preciso enfatizar o que os textos que compõem esse dossiê apontam: o esporte e o lazer podem ser analisados como objetos em si, mas também como “janelas” que permitem novas compreensões sobre temas mais investigados por estarem denotadamente ligados ao terreno do político e do econômico.

31 | 2016
Movimentos Sociais, Estado e Sociedade Civil em África

Este número dos Cadernos de Estudos Africanos verte sobre os movimentos sociais em África. Se trata de um tema muito presente no debate contemporâneo, mas ao mesmo tempo ainda não conhecido profundamente, considerada a multiformidade e heterogeneidade com que os movimentos sociais se manifestam no continente africano. E considerados também os complexos relacionamentos que eles mantêm com o poder político, com que geralmente entram em choque, duma forma ou doutra. Mediante a contribuição de especialistas desses movimentos e dos vários países aqui apresentados, este número dos Cadernos de Estudos Africanos visa despertar a atenção sobre algumas questões fundamentais: o que é que esses novos movimentos sociais africanos pretendem? Quais os meios das suas demonstrações? Quais os relacionamentos com os movimentos sociais globais de protesto contra uma ordem económica injusta e desigual? Que tipo de relações mantêm com o poder político dos vários Estados africanos? Como é que inserem a sua ação no seio de instituições geralmente e formalmente democráticas, mas na maioria dos casos intolerantes para com as críticas que recebem? Essas e outras questões constituem o pano de fundo dos artigos que foram aqui selecionados e que representam uma tentativa de análise e reflexão em volta de questões extremamente atuais e de certa forma sensíveis dentro do panorama dos Estudos Africanos contemporâneos.

30 | 2015
Municípios e Poderes Locais em África

Este número dos Cadernos de Estudos Africanos reúne textos sobre poderes locais em África, mormente sobre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Diga-se, nem sempre os veios históricos se mostram descodificáveis e nem sempre as filiações históricas parecem relevantes. Tratando-se de poderes locais, esta assunção é particularmente pertinente por estarmos a lidar com uma miríade de contextos sociais e de situações políticas a que as diversas estruturas e formas de poder local tiveram de se adaptar. E tal assunção ainda o é mais quando se discute África, que passou por uma profunda transformação política e social nas duas derradeiras centúrias. E, desta feita, em África como no mundo, deparamos com um processo de mudanças de consequências consabidamente incertas. Tendo por fundo as formas de poder local construídas em África, assim como as para aqui transpostas em resultado das interações com outros continentes e, em particular, da colonização europeia, um conjunto de contribuições reunidas neste número analisa as dinâmicas do poder local em Angola no contexto da colonização portuguesa, refletindo sobre aspectos sociais e políticos da câmara de Luanda no século XVII, as relações entre os sobas e as autoridades portuguesas no século XVIII e as tensões entre a administração militar e a administração civil durante o século XIX. Dois artigos investigam as formas de desconcentração e descentralização do poder em Moçambique desde as reformas da década de 1990, incidindo um sobre as políticas gradualistas adoptadas no país e o outro sobre o caso do município de Angoche. O último artigo foca as relações entre as autoridades tradicionais e o Estado na Guiné-Bissau na atualidade. O volume encerra com uma recensão crítica de duas obras sobre o poder local em Angola.

29 | 2015
Camponeses em Movimento. Turbulências entre Dinâmicas Globais, Migrações e Segurança Alimentar

Este número temático dos Cadernos de Estudos Africanos apresenta algumas das publicações resultantes do projeto de pesquisa African societies facing global dynamics: Turbulences between external intervention, migration, and food insecurity. A ideia subjacente era investigar as dinâmicas globais contemporâneas enfrentadas pelas sociedades africanas, a forma como elas interagem com processos internos de mudança e as respostas destas sociedades a essas pressões. As contribuições abordam as principais questões levantadas no projeto de pesquisa Dynamics de maneiras diferentes. Elas centram-se na análise das migrações (internas e internacionais), da transformação agrícola e a (in)segurança alimentar em diferentes sociedades e locais, explorando as ligações entre elas e as suas inter-relações com as dinâmicas globais. O trabalho foi baseado em estudos de caso realizados na Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Senegal. Uma contribuição adicional de Moçambique também foi incluída, uma vez que abordava as questões centrais do projeto. 

28 | 2014
Varia e Dossier “Multinational enterprises in Africa: Corporate governance, social responsibility and risk management”

Este número dos Cadernos de Estudos Africanos divide-se em duas partes. Na primeira parte apresentamos um conjunto de três artigos que têm como elemento comum a análise de temáticas essencialmente de cariz político ou militar. A segunda parte estrutura-se em torno do dossier “Multinational enterprises in Africa: Corporate governance, social responsibility and risk management”. Contrariamente à diversidade temática que caracterizou o número anterior dos Cadernos de Estudos Africanos, neste número podemos encontrar, para além do enfoque na mesma problemática que necessariamente une os artigos reunidos em Dossier, alguns paralelismos temáticos e geográficos nos artigos que apresentamos. Em seis artigos temos dois artigos que se debruçam sobre a Nigéria e dois artigos que focam sobre a participação de atores não estritamente políticos nos governos de estados chefiados por líderes de partidos políticos. Contrariamente também a números anteriores, temos apenas um artigo centrado num país dos PALOP, e apenas um dos artigos é de um autor português. O facto de podermos diversificar e, por outro lado, congregar temáticas em números alternados e de a Revista estar a acolher um número crescente de autores de diversas nacionalidades e continentes que trabalham sobre problemáticas africanistas sob diferentes perspetivas, constituiu para todos os que trabalham e colaboram com esta Revista um motivo de grande satisfação. Tal demonstra ainda que os esforços realizados em prol da divulgação da Revista e da sua inserção em diferentes bases de dados estão a ter resultados concretos.

27 | 2014
Varia e Memória a Patrick Chabal

Abrimos este número dos Cadernos de Estudos Africanos com um texto de homenagem a Patrick Chabal da autoria de Clara Carvalho, diretora do Centro de Estudos Internacionais, ao qual se segue uma entrevista realizada por Philip Havik a Malyn Newitt sobre este mesmo autor. Tanto o texto de Clara Carvalho, como as palavras de Malyn Newitt, que trabalhou com Patrick Chabal durante vários anos no King’s College de Londres, resumem sobre pontos de vista complementares a carreira e a obra de Patrick Chabal e a sua relevância para os Estudos Africanos. A seguir a esta entrevista sobre Patrick Chabal este número da Revista apresenta um conjunto muito diversificado de artigos de autores de diversas áreas disciplinares, países e em diferentes fases da sua carreira académica. Esta diversidade segue a linha de orientação que esta Revista tem vindo desenvolver e na qual nos propusemos intercalar estes números avulsos com números temáticos, como foi o caso do último que publicámos e centrado no tema do desporto.

26 | 2013
Em torno das Práticas Desportivas em África

Este número dos Cadernos de Estudos Africanos debruça-se sobre o desporto em África, olhando a sua história e as suas dinâmicas contemporâneas. Reflete, pois, o curso das investigações sobre um fenómeno presente no contexto das práticas do lazer e da evolução da cultura popular no continente. O interesse por este tema, até há pouco considerado marginal, traduz o reconhecimento da sua importância, não apenas enquanto objeto autónomo e merecedor de um olhar específico, mas também como instrumento para aceder a outras esferas do conhecimento sobre a história da África colonial e pós-colonial. Este volume dos Cadernos de Estudos Africanos pretende, desde modo, não apenas acrescentar conhecimento sobre realidades até aqui pouco exploradas, mas igualmente sugerir a discussão dos processos constitutivos da história de diversos países e regiões. Os vários artigos dialogam com temas que pautam o incremento dos estudos sobre África. A história colonial será talvez o mais significativo. O estudo do desporto é um meio privilegiado para examinar as relações entre colonizadores e colonizados, as formas de poder, a formação de grupos sociais, os processos de exclusão e incorporação social, também traduzidos nos mecanismos de acesso ou de interdição do lazer. Pelo enfoque no desporto acede-se às vivências de grupos sociais menos estudados. Relativamente ao contexto pós-colonial, abordam-se questões como a segregação racial, a construção de sociabilidades juvenis, a transição para a vida adulta e, ainda, o poder de construção identitária revelado pelo desporto. Hoje, no continente africano, as práticas e os consumos desportivos constituem-se como linguagens por intermédio das quais se expressam projetos e aspirações.

25 | 2013
Varia e Recensões

Abrimos este número dos Cadernos de Estudos Africanos com um conjunto de pequenos textos sobre Mário Murteira Esperamos que este conjunto de testemunhos de Luís Moita, José Pimentel Teixeira e Fernando Florêncio sobre este destacado economista português contribuam para des­pertar o interesse para uma (re)leitura da sua vasta obra. Após estas “palavras sobre Mário Murteira” este número 25 inicia-se com dois artigos sobre Angola, um versando sobre as questões de política económica e outro que aborda as questões das identida­des políticas em Cabinda. Seguem-se dois artigos centrados na época colonial, o primeiro focando questões do ensino na política islâmica em Moçambique e o segundo abordando temáticas ligadas à arquitetura colonial. O artigo seguinte, ainda centrado em África, reflete sobre a temática da monoparentalidade feminina na literatura africana. Os dois últimos artigos, embora analisando temáticas muito diversificadas, versam ambos sobre as influências da cultura africana em espaços fora deste continente. Por fim, e como tem sido usual, reunimos neste número duas recensões de livros recentemente publicados e de interesse indis­cutível para quem se dedica aos Estudos Africanos.

24 | 2012
Africanos e Afrodescendentes em Portugal: Redefinindo Práticas, Projetos e Identidades

Este número temático dos Cadernos de Estudos Africanos reúne sete artigos que oferecem outros tantos retratos das condições de vida e de dinâmicas socioculturais recentes entre a população de origem ou proveniência africana e afrodescendente na sociedade portuguesa contemporânea. Focados na Área Metropolitana de Lisboa, onde esta população se concentra, e baseados em pesquisa etnográfica, os primeiros seis artigos abordam as práticas de ajuda mútua dos imigrantes laborais cabo-verdianos em tempo de crise, a racialização da identidade entre jovens de ascendência cabo-verdiana, as cenas urbanas e transnacionais do hip-hop e do kuduro, o associativismo imigrante das mulheres santomenses, e os percursos de vida dos indianos do Gujarate com passagem por Moçambique. O artigo final ensaia uma panorâmica das representações de africanos e afrodescendentes na literatura e no cinema portugueses contemporâneos. Concluem este número duas recensões de livros recentes, o primeiro sobre a integração dos imigrantes africanos em Portugal e o segundo sobre a formação de cidades coloniais em diferentes fases do império português.

23 | 2012
Varia e Recensões

Dividido em duas secções – Artigos e Recensões – este número 23 da revista Cadernos de Estudos Africanos inclui artigos centrados não só em países africanos mas também em países onde a influência e a presença de africanos se faz sentir (Brasil e Portugal); artigos que abordam questões culturais, sociais, económicas e políticas; artigos centrados apenas em países específicos (Moçambique e Camarões) e artigos que abordam relações entre vários países e continentes; artigos produzidos por autores sedeados na Europa (Portugal), África (Camarões) e América do Sul (Brasil); e artigos escritos em língua portuguesa e inglesa por cientistas em pleno desenvolvimento da sua carreira e por outros que ainda estão em fase de conclusão dos seus doutoramentos.

22 | 2011
Varia e Dossier “Desafios transnacionais de segurança em África no século XXI”

Este número da revista Cadernos de Estudos Africanos reúne, além de artigos que abordam sob diferentes perspectivas disciplinares um conjunto variado de problemáticas e que vão desde as questões territoriais e identitárias à adivinhação, um “dossier” que agrega artigos que problematizam as relações transnacionais em termos das suas implicações para a segurança internacional com o enfoque nos movimentos de população através de fronteiras entre Estados Africanos e entre Estados Africanos e Europeus. Incluem-se ainda neste número recensões a livros recentemente publicados sobre questões étnicas, políticas, religiosas e identitárias no continente africano.

21 | 2011
Varia

 

20 | 2010
Identidades, Percursos e Clivagens nos PALOP

Os artigos reunidos na presente edição dos Cadernos de Estudos Africanos são o resultado de um call for papers por ocasião de 35 anos de independência dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), lançado no ano passado. Devido à recusa da descolonização pela ditadura salazarista, a independência dos PALOP realizou-se quinze anos mais tarde do que na maioria das outras colónias europeias em África, na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal. Consequentemente, o contexto histórico-político da descolonização das colónias portuguesas caracteriza-se por algumas particularidades, nomeadamente lutas armadas de libertação, períodos de transição curtos, o êxodo dos colonos portugueses (Angola, Moçambique) e, depois da independência, a instalação de regimes monopartidários de orientação soviética que marcaram os primeiros quinze anos dos PALOP. Passados 35 anos desde a independência política, os caminhos percorridos pelos Cinco mostram semelhanças e diferenças, mudanças e continuidades e, apesar dos desenvolvimentos em algumas áreas, muitas esperanças que a independência criou ficaram ainda por realizar. A diversidade da área científica dos autores e a variedade temática dos artigos que recebemos correspondem à própria heterogeneidade que os cinco PALOP representam em termos geográficos, demográficos, históricos, culturais, económicos e políticos.

18/19 | 2010
Youth and Modernity in Africa

This issue of Cadernos de Estudos Africanos is the outcome of the internacional conference Youth and Modernity in Africa held at Iscte, Lisbon, in October 2007. The purpose of the event was to explore and problematise the link between generation and change, witnessing the ambiguous and troubled relationship between youth and social and cultural change in contemporary Africa. The challenge the authors of this issue take up is that of assessing the role of youth in processes of social transformation, avoiding the pifaills of notions of modernity or modernization as limiting theoretical tools, but without overlooking the remarkable cultutal dynamics that characterise contemporary Africa.

16/17 | 2009
Autoridades tradicionais em África: um universo em mudança

O presente número da revista Cadernos de Estudos Africanos consubstancia os  resultados científicos debatidos na conferência internacional Autoridades Tradicionais em África: um universo em mudança, realizada no âmbito de uma parceria entre o CEA do Iscte, a ARDA-LISA de Barcelona, e o Chr. Michelsen Institute de Bergen,  e que se desenrolou no Iscte, entre os dias 1 e 2 de Março de 2007. A conferência reuniu pela primeira vez em Portugal um vasto leque de especialistas, nacionais e internacionais, sob o tema das relações entre o Estado africano e as autoridades tradicionais, tema esse concebido em torno dos atuais e múltiplos processos de mudança social que ocorrem neste continente. Nesse sentido, pode afirmar-se que o debate em torno da problemática das autoridades tradicionais africanas é mais atual do que nunca e tem-se vindo a consolidar na agenda dos estudos sobre o político em África. Por conseguinte, pode dizer-se que nos últimos quinze anos, e sobretudo a partir das transições para o liberalismo multipartidário, um número crescente destas autoridades de poder local tem vindo a preencher progressivamente um espaço na paisagem política e social africana, sobretudo em contexto rural. Contrariamente ao que muitos autores têm afirmado, estes atores políticos locais não desapareceram do campo político após as independências, e sempre estiveram presentes nos seus contextos locais.

15 | 2008
Espírito de Missão

Os textos que compõem deste número temático do Caderno de Estudos Africanos provêm  de comunicações apresentadas no Colóquio Internacional “Espírito de Missão”, sobre Trauma e Medicina Humanitária, que teve lugar nos dias  1 e 2 de Junho de 2006 no Instituto Superior de Ciências de trabalho e da empresa (ISCTE), em Lisboa, co-organizado pelo Centro de Estudos Africanos – ISCTE (CEA-ISCTE) e pelo Mestrado interdisciplinar em Risco, Trauma e Sociedade (MRTS-ISCTE), coordenado pelos Departamentos de Antropologia e de Sociologia do mesmo Instituto. A presente publicação insere-se assim no programa de ações de divulgação do projeto de Saúde da linha de investigação em Desenvolvimento e Cooperação Internacional, do CEA-ISCTE, e no contexto da promoção de um debate interdisciplinar e multi-regional, objetivo epistemológico comum ao CEA-ISCTE e ao MRTS-ISCTE.

13/14 | 2007
Dinâmicas Políticas, Cidadania, Actores Sociais em África

O presente número de Cadernos de Estudos Africanos reúne sobretudo textos produzidos no âmbito de uma conferência internacional, organizada em Dezembro de 2004, no Iscte, pelo Centro de Estudos Africanos deste instituto universitário. Intitulada «Política e Actores Sociais em África», esta conferência foi um dos produtos de um projecto de pesquisa realizado no CEA-ISCTE, sobre Regime Reform, Social Actors and Citizenship in Angola.
Entre os textos reunidos neste número destaca-se o do malogrado Professor Jean-François Médrad, falecido prematuramente em Setembro de 2005. A afirmação dos Estudos Africanos como matéria de interesse académico deve muito ao seu trabalho. A vastíssima obra do professor Médrad – consagrada sobretudo a temas relacionados com as lógicas e funcionamento dos Estudos Africanos, ao «neo-patrimonialismo» e à corrupção em África – fazem dele uma referência definitivamente incontornável no estudo da África contemporânea. Entretanto, o presente Cadernos inclui igualmente outros textos que, sem terem sido apresentados na conferência acima iludida, analisam aspectos teóricos, conceptuais e temáticos que se articulam perfeitamente com aqueles que estiveram no centro das atenções do projeto e da conferência em causa.

11/12 | 2007
Empreendorismo, Empresas e Empresários em África

Esta coletânea de textos resultou da conferência internacional «Empresários e Empreendedorismo em África: experiências, reflexões e perspectivas», organizada pelo Centro de Estudos Africanos do Iscte. Como tal, inclui textos de investigadores e apresentações feitas por empresários nesta reunião. Para além de serem abordados assuntos diversos respeitantes ao tema – desenvolvimento, economia informal, crédito, gestão ou novas tecnologias -, inclui ainda um conjunto de textos resultantes de pesquisas realizadas noutros contextos empresariais – como a China ou o Brasil. Entre as análises respeitantes ao continente africano, apresentam-se estudos realizados num número diversificado e amplo de países, para além de Angola e Moçambique, países sobre os quais se centra o projeto de investigação que motivou esta conferência.

9/10 | 2006
Memórias Coloniais

No início de 2006, no seio do Africa-Europe Group of Interdisciplinary Studies (AEGIS), que agrega vários centros de investigação europeus de estudos africanos, surge a ideia de promover uma maior ligação e cooperação entre as perspectivas revistas, nomeadamente através da publicação de números temáticos afins, que permitam uma leitura comparada de fenómenos homólogos. A revista Politique Africaine (do Centre d’etude d’Afrique noire – Institut d’estudes politiques de Bordeaux) sugere o questionamento comum sobre as reconfigurações das memórias do passado colonial, aproveitando o contexto de intenso debate público sobre aquela problemática na sociedade francesa. Com o presente dossiê dos Cadernos de Estudos Africanos procuramos responder ao desafio lançado às revistas científicas europeias de estudos africanos, contribuindo para o alargamento e aprofundamento do debate, numa perspectiva cruzada. Abordamos o mesmo objecto genérico – a reconfiguração das memórias coloniais na Europa e na África – e partilhamos os mesmos pressupostos teóricos, isto é, o reconhecimento do carácter social e dinâmico da memória. Queremos reflectir sobre as representações coloniais sob o ângulo das suas permanências na actualidade pós-colonial. Mais do que as imagens do passado colonial e a recordação dessas imagens, interessam-nos os modos e as lógicas de reconfiguração dessas imagens no presente, em função de considerações do nosso tempo, de preocupações contemporâneas de grupos sociais concretos. Assumimos a noção de memória colectiva como construção e processo social (consciencializada, verbalizada ou incorporada) e não como mera recordação individual do vivido.

7/8 | 2005
Varia

 

5/6 | 2004
Recomposições políticas na África contemporânea

De 25 a 27 de Setembro de 2002, o Centro de Estudos Africanos organizou no Iscte, em nome do AEGIS – a rede europeia de estudos africanos – a primeira conferência temática desta rede: Changing Patterns of Politics in Africa. O programa da conferência, que teve no total cerca de 200 participantes oriundos de 18 países europeus e africanos, dividiu-se nos blocos temáticos «Political Structures», «Social Actors in Politics»,«Social Thinking on Politics» e «Politics and the Economy». O seu propósito foi o de promover um debate sobre as recomposições contemporâneas dos espaços políticos em África, num quadro propício ao diálogo entre o «olhar de dentro» de cientistas sociais africanos e de africanistas não africanos, entre abordagens de vária índole e sobre tudo um leque amplo de aspectos. Os artigos reunidos neste número da revista Cadernos de Estudos Africanos retomam a parte do debate que maior destaque teve na conferência. Trata-se de versões revistas – em função do próprio debate – da comunicação de enquadramento e de contribuições apresentadas nas partes sobre estruturas políticas e sobre o pensamento social sobre o político. Partindo, no essencial, de perspectivas ancoradas nas disciplinas da antropologia social e cultural, da ciência política e da sociologia, o conjunto dos artigos reflete bem o «estado a arte» na sua área de incidência.

4 | 2003
Desenvolvimento e Saúde em África

Este número da revista Cadernos de Estudos Africanos reúne vários textos centrados em duas das problemáticas que desde há muito são objeto de pesquisa e ensino nos Estudos Africanos do Iscte: o desenvolvimento e a saúde interligada com o desenvolvimento. Assim, podem encontrar-se nesta edição abordagens diversificadas sobre o conceito — ou os conceitos de desenvolvimento — partindo da emergência do conceito de desenvolvimento humano que, transcendendo o interessante exercício estatístico que lhe esteve na base, se constitui hoje, passados mais de vinte anos, como um objetivo central e persuasivo da comunidade internacional e das políticas de desenvolvimento. Abre-se, ainda, neste número um dossier que se pretende vir a continuar em próximos volumes sobre as questões do complexo Saúde-Desenvolvimento, que hoje se colocam no centro das questões do desenvolvimento, nomeadamente pelo efeito de globalização-positiva mas também ameaçadora — que se regista no domínio da saúde e também pelo desenvolvimento de iniciativas internacionais de grande relevo. A revista encerra com uma breve nota sobre o historial do Mestrado de Estudos Africanos do Iscte, referindo e caracterizando o universo dos alunos do Mestrado, ao longo das suas doze edições, desde 1992, e tentando estabelecer um referencial de eficiência desta atividade através da apresentação e discussão do número de dissertações concluídas e da duração média de conclusão do Mestrado.

3 | 2002
Problemáticas Políticas em África

O terceiro número dos Cadernos de Estudos Africanos dedica-se novamente a uma temática específica, a dos complexos processos políticos que se verificam atualmente nos países africanos. Não se pretende, evidentemente, tratar esta vasta temática de forma abrangente, optando ao invés pelo destaque de algumas das problemáticas fundamentais. Os textos que o número inclui a este título têm duas origens distintas. Um primeiro grupo resulta de dois projetos maiores de investigação sobre a esfera do político, em curso no Centro de Estudos Africanos do Iscte desde há alguns anos. Um segundo grupo resulta de debates sobre política africana, realizados no quadro do AEGIS, a rede europeia de estudos africanos. Uma das iniciativas a que este debate deu origem foi o seminário internacional sobre dinâmicas contemporâneas em África, realizado no Iscte em Maio de 2002. Versões retrabalhadas das conferências apresentadas naquele contexto, focando aspectos diversos da temática comum, encontram-se no presente número. Esta edição contém ainda, a título complementar, três contribuições não abrangidas pela sua temática central.

2 | 2002
Guerra e conflitos violentos em África

O presente número da revista é composto essencialmente por comunicações apresentadas na conferência intitulada «Guerras e conflitos violentos em África», organizada pelo Centro de Estudos Africanos e o Departamento de Antropologia do Iscte e que decorreu em Lisboa em Fevereiro de 2002. O objetivo da conferência consistia em reunir um grupo de especialistas para refletir e discutir sobre as evoluções recentes dos conflitos armados em África, nomeadamente como é que estão relacionadas com a (re)categorização de identidades sociais e em medida afetaram (e afetam) o processo de recomposição política nas suas dimensões étnica, regional e nacional. Uma segunda linha de reflexão e de debate devia centrar-se sobre aspectos relacionados com os conceitos de colonialismo, nacionalismo, interesses geo-estratégicos e reordenamento  do mosaico político internacional. A dinâmica desestruturadora que as guerras e conflitos têm assumido nas diferentes regiões do continente africano traduz-se na destruição de famílias e comunidades inteiras, na recomposição de entidades políticas, na desagregação do tecido social e económico de vários países, no empobrecimento de áreas regionais e no agravamento de complexos problemas ecológicos. A conferência internacional propôs-se, assim, ser uma análise coletiva das causas e efeitos do fenómeno da violência militar e guerreira em África numa perspectiva pluridisciplinar e comparativa, procurando assim estabelecer vias para a compreensão da situação presente em distintos contextos regionais.

1 | 2001
Varia

É com alguma satisfação que o Centro de Estudos Africanos do Iscte apresenta o primeiro número da sua revista Cadernos de Estudos Africanos.
A iniciativa de lançar esta revista corresponde a uma resolução tomada na sequência de um processo relativamente longo de reflexão. Não foi de ânimo leve que o CEA/ISCTE decidiu assumir a responsabilidade pela lançamento de uma publicação periódica de estatuto internacional que, longe de constituir apenas o órgão de uma determinada instituição, se propõe servir a necessidades imperiosas de toda a comunidade que, em Portugal, se dedica aos estudos africanos em ciências sociais. Esta opção tornou-se irrecusável face ao rápido crescimento desta comunidade durante os anos 90, e à premência daí decorrente de ela dispor de um instrumento que, num ritmo seguro e com uma frequência adequada, forneça um espaço para a investigação e os debates no próprio país, e também para o diálogo e inter­câmbio com a comunidade internacional dos africanistas, e em especial com os cientistas sociais da própria África.

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